Alimentos para o SISTEMA NERVOSO

O CÉREBRO requer, para o seu funcionamento, apenas duas substâncias oxigénio e glucose. No entanto. muitos outros nutrientes são também necessários para o desempenho do pensamento, da memória, do auto-domínio e de outras funções superiores da mente que têm a sua sede no cérebro.
 

As vitaminas do grupo B são as que mais influem no bom funcionamento do cérebro e do sistema nervoso no seu conjunto. A carência de vitamina B1, por exemplo, produz irritabilidade nervosa e depressão, e a de B6, nervosismo e fadiga.

Os minerais também intervém directamente na actividade dos neurónios. Assim, por exemplo, a carência de magnésio produz nervosismo e ansiedade.

Os ácidos gordos insaturados, como o linoleico que predomina nos frutos secos, são necessários para o desenvolvimento do sistema nervoso e do cérebro nas crianças.

Ao contrário, o consumo excessivo de açúcar, e de certos aditivos como os corantes, afecta o sistema nervoso e altera o comportamento. Há a certeza de que estes produtos podem chegar a produzir hiperactividade e até condutas agressivas, especialmente nas crianças.

Doenças do SISTEMA NERVOSO

Nervosismo: É um estado de excitação em que o sistema nervoso responde de forma exagerada ou desproporcionada a estímulos considerados normais. 

Todas as drogas actuam sobre o sistema nervoso e produzem ou agravam o nervosismo. O consumo de tabaco, ou de álcool e de café ou outras bebidas estimulantes, é a causa mais comum de nervosismo e falta de equilíbrio no sistema nervoso.

Além dos alimentos cujo consumo recomendamos em caso de nervosismo, existem hábitos saudáveis que podem ajudar a combatê-lo

- Tomar um bom pequeno almoço, para evitar a hipoglicemia (falta de açúcar no sangue) que costuma produzir-se a meio da manhã, o que provoca nervosismo e irritabilidade.

- Comer a horas regulares, para evitar descidas bruscas no nível de glucose no sangue.

- Dormir suficiente e de maneira regular.

- Praticar algum desporto, especialmente a marcha ou caminhada.

Aumentar o consumo de Aveia, Gérmen de Trigo, Sementes de Girassol, Castanha-do-Pará, Noz, Alface, Abacate, Caju, Ervilha, Maracujá-Roxo, Damasco e Pólen.

Reduzir ou eliminar Bebidas Estimulantes, Bebidas Alcoólicas e Açúcar Branco.

Fadiga intelectual: As pessoas que realizam um trabalho intelectual intenso apresentam maior necessidade de certos nutrientes. Os alimentos que melhor satisfazem essas necessidades são os cereais integrais (especialmente a aveia) e os frutos secos oleaginosos (especialmente amêndoas e as nozes).

Aumentar o consumo da Aveia, Amêndoa, Noz e Gérmen de Trigo. 

Hiperactividade e Agressividade: A hiperactividade infantil é um dos problemas cada vez mais frequentes nos países desenvolvidos. Lamentavelmente, a agressividade e a violência também são entre jovens e adultos.

O tipo de alimentação desempenha um papel que cada vez se considera mais importante nestes transtornos do comportamento. Outras causas de hiperactividade e agressividade são: 

- Pequeno almoço pobre: As crianças que não começam o dia com um pequeno almoço completo e saudável sofrem com maior frequência de nervosismo, fadiga, irritabilidade nervosa e mesmo comportamentos agressivos. Outro tanto se pode dizer dos adultos,

- Contaminação por chumbo: As crianças que sofreram mais contaminação por chumbo apresentam um maior risco de comportamento anti-social, delinquência e agressividade.

Aumentar o consumo de Cereais Integrais, Gérmen de Trigo e Vitamina B1.

Reduzir ou eliminar o consumo de Aditivos, Açúcar Branco, Bebidas Estimulantes, Bebidas Alcoólicas, Carne e Pastelaria Refinada.

Epilepsia: Doença do sistema nervoso central que se manifesta com ataques de diversa intensidade, que vão desde as perdas de memória ou ausências (pequeno mal), até convulsões graves com perda da consciência. 

A carência de vitaminas do grupo B e de certos minerais, o stress, o cansaço, a febre e o consumo de bebidas alcoólicas, são os factores que mais frequentemente desencadeiam os ataques.

Aumentar o consumo de Vitaminas B, Vitamina B6, Folatos, Magnésio, Manganês.

Reduzir ou eliminar Bebidas Alcoólicas, Edulcorantes e Óleo de Onagra.

Insónia: O tipo dos alimentos que se ingerem influi na capacidade de conciliar bem o sono. Além disso, porém, é muito importante o momento em que se tomam.

As ceias copiosas, mesmo à base de alimentos saudáveis, podem alterar o sono. O ideal, tanto para facilitar o sono como a digestão, é não tomar alimentos nas duas ou três horas anteriores ao momento de ir para a cama.

A única coisa que aqueles que sofrem de insónia deveriam tomar antes de deitar é uma chávena de malte ou plantas sedantes com mel.

Aumentar o consumo de Aveia, Malte, Mel, Hidratos de Carbono e Alface.

Reduzir ou eliminar Bebidas Estimulantes, Chocolate, Especiarias, Carne, Queijos Curados, Proteínas e Refrescos.

Anorexia Nervosa:  É um transtorno psicológico que afecta sobretudo os ou as adolescentes, que rejeitam os alimentos com um objectivo de perder peso de forma desmedida.

Contribui para a sua prevenção:

- Seguir uma dieta equilibrada desde a meninice.

- Consumir mais pratos de comida tradicional, como saladas, cereais, legumes, batatas, etc., e menos refeições rápidas, sanduiches, chocolates, doces e gelados.

Aumentar o consumo de Hidratos de Carbono, Legumes e Zinco (sésamo, gérmen de trigo, frutos secos oleaginosos).

Reduzir ou eliminar o consumo de Açúcar Branco, Gordura Total e Farelo de Trigo.

Ansiedade: Trata-se de um transtorno psicossomático que começa por afectar a mente mas acaba por se repercutir sobre diversos órgãos do corpo produzindo taquicardia, dores de estômago, cólon irritável.

A ansiedade agrava-se nas seguintes situações:

- Dietas de emagrecimento desequilibradas, em que se produz inevitavelmente uma menor ingestão de hidratos de carbono, vitaminas e minerais, nutrientes necessários para o bom funcionamento do sistema nervoso.

-  Consumo de bebidas alcoólicas ou estimulantes (com cafeína) e de tabaco.


Aumentar o consumo de Gérmen de Trigo, Cereais Integrais, Banana, Frutos Secos, Iogurte (especialmente se for do tipo "bio") e Legumes.

Reduzir ou eliminar o consumo de Bebidas Estimulantes, Carne e Bebidas Alcoólicas.

Doença de Alzheimer: É um tipo de demência progressiva causada por uma degeneração nas células do cérebro.  Começa com perda de memória, seguida de confusão mental, apatia e depressão.

A sua causa é desconhecida, embora se tenha verificado que uma ingestão elevada de alumínio favorece o seu aparecimento.

Para prevenir a doença de Alzheimer, além dos conselhos alimentares citados adiantes, convém evitar:

- O uso de utensílios de cozinha de alumínio.

- O uso de medicamentos antiácidos à base de alúmínio.
,
- O consumo de refrescos fornecidos em latas de alumínio.

- A água da torneira, no caso de conter muito alumínio

Aumentar o consumo de Verduras, Levedura de Cerveja (vitaminas do grupo B), Antioxidantes (vitaminas A, C e E) e Colina (cereais integrais, frutos secos oleaginosos, ovos e couves)

Reduzir ou eliminar o consumo de Bebidas Alcoólicas e Queijos Curados.

Stress: Produz-se quando os sucessos da vida, quer de ordem física quer psíquica, excedem a nossa capacidade de os enfrentar.

Embora o stress possa afectar todos os órgãos e funções do corpo, os seus efeitos concentram-se sobre:

- O coração e o sistema cardiovascular.

- O sistema imunitário, que reduz a sua eficiência a favor de outras funções orgânicas. Isto produz uma baixa nas defesas contra as infecções, e provavelmente também contra o cancro e outras doenças.

Aumentar o consumo de Proteínas, Hidratos de Carbono, Noz, Amêndoa, Pinhão, Grão-de-bico, Gérmen de Trigo, Vitaminas  B e C,

Reduzir ou eliminar Bebidas Estimulantes, Bebidas Alcoólicas e Açúcar Branco,

Bulimia: É justamente o contrário da anorexia: um apetite voraz e descontrolado. É um dos transtornos mais comuns do comportamento alimentar nos países desenvolvidos.

O tratamento psicológico da bulimia ou glutonaria baseia-se na educação do apetite. Uma boa maneira de contribuir para este fim consiste em:.


- Eliminar todos os doces e alimentos gordos do alcance de quem sofra de bulimia.

- Pôr à sua disposição cereais integrais, saladas e outros alimentos saudáveis com os quais possa saciar o seu apetite.

Aumentar o consumo de Cereais Integrais, Saladas, Fruta e Fibra.

Reduzir ou eliminar o consumo de Açúcar Branco e Gordura Total.

Depressão: Em geral, os deprimidos têm tendência para comer produtos doces refinados (pastéis, caramelos, chocolate, etc.) de escasso valor nutritivo. Também existe às vezes um apetite por produtos ricos em gordura saturada, como os enchidos e outros derivados da carne.

Todos estes alimentos podem agravar a depressão, pelo que o doente pode entrar num ciclo vicioso. É necessário um esforço especial por parte do doente e das pessoas que o rodeiam, para lhe apresentar alimentos saudáveis e atractivos.

Se o desejo pelo doce for muito intenso os frutos doces secos, o mel e o melaço são opções mais saudáveis, pois além de açúcar fornecem diversas vitaminas e minerais, de que o organismo necessita para metabolizar precisamente os açúcares.

Os cereais integrais, os legumes, os frutos secos e as frutas e hortaliças, proporcionam uma vitalidade e energia que não se podem obter com outros alimentos mais sofisticados. 

Aumentar o consumo de Aveia, Gérmen de Trigo, Grão-de-Bico, Amêndoa, Noz, Castanha-do-Pará. Caju, Pinhão, Abacate, Levedura de Cerveja, Geleia Real,  Lecitina, Pólen, Vitamina B6 (alho e abacate), Vitamina B1 (castanha-do-pará, pinhão), Vitamina C  (frutas e hortaliças frescas), Folatos (legumes e espinafres), Ferro (carne, brócolos, salsa, agrião). A carência deste tipo de alimentos produz apatia e depressão.

Reduzir ou eliminar Açúcar Branco, Gordura Saturada, Bebidas Estimulantes e Bebidas alcoólicas. O consumo deste tipo de alimentos favorece a depressão.

Doença de Parkinson: Costuma aparecer a partir dos 50 anos, e caracteriza-se por três sintomas principais: rigidez muscular, acinesia (falta de movimento) e tremores. Deve-se ao facto de o cérebro não produzir suficiente dopamina, uma substância que intervém na transmissão de impulsos nervosos entre os neurónios.

Aumentar o consumo de Cereais Integrais, Fruta, Hortaliças, Óleos de sementes (girassol, grainha de uva ou milho), Vitamina B1 (frutos secos oleaginosos e os cereais integrais), Vitamina E, Folatos (legumes e verduras), Niacina (cereais integrais, os frutos secos oleaginosos e o amendoim). O consumo deste tipo de alimentos, melhoram a evolução da doença.

Reduzir ou eliminar Gordura Saturada, Açúcar Branco e Bebidas Estimulantes. O seu consumo podem piorar a evolução da Doença de Parkinson.

Nevralgia: É uma doença dos nervos sensitivos que produz pontadas ou dores ardentes ao longo do seu trajecto. Em alguns casos existe uma causa conhecida que irrita o nervo, mas em outros não.

Os alimentos ricos em vitaminas B podem contribuir para aliviar as dores nevrálgicas.

Aumentar o consumo de Gérmen de Trigo, Levedura de Cerveja, Vitaminas B, Vitaminas B1 (é a vitamina B mais eficaz contra as dores nevrálgicas), Vitamina B12 (uma deficiência desta vitamina pode agravar as dores nevrálgicas).

Reduzir ou eliminar Bebidas Alcoólicas.

Cefaleias e Enxaquecas: A cefaleia é a dor de cabeça em geral. A enxaqueca é um tipo especial de dor de cabeça, aguda e palpitante, que aparece de forma súbita, acompanhada às vezes de náuseas, vómitos e transtornos da visão.

Não se conhecem alimentos que possam prevenir ou curar as cefaleias ou as enxaquecas. Sabe-se, porém, que certos alimentos podem desencadeá-las. Evitá-los pode ser a forma mais eficaz de prevenção.

Outros factores podem desencadear ou agravar as cefaleias e enxaquecas:

- as alergias.
- a tensão nervosa e o stress.
- a menstruação, especialmente nos dias que a antecedem.

Reduzir ou eliminar Bebidas Alcoólicas, Cerveja, Vinho, Queijos Curados, Chocolate, Marisco, Carnes Curadas, Proteínas (de origem animal), Aditivos, Bebidas Estimulantes, Açúcar Branco, Produtos Lácteos, Gelados, Citrinos.

Demência: É uma perda progressiva e geralmente irreversível das faculdades mentais.

Embora sejam diversas as causas que a produzem, existem investigações que mostram como o consumo habitual de certos alimentos durante toda a vida, principalmente a gordura animal e a carne, aumenta o risco de sofrer desta doença.

Esquizofrenia: É uma doença mental hereditária caracterizada pelas mudanças de personalidade e as alucinações.

A alimentação pode contribuir para a evolução da doença, tanto positiva como negativamente. Na falta de dados mais concretos, recomenda-se:

- Consumir abundantes alimentos vegetais: frutas e hortaliças frescas, legumes, frutos secos.

- Evitar todos os alimentos ou produtos que possam causar alergias.

- Evitar as situações de hipoglicemia (falta de açúcar no sangue), em que o cérebro sofre por falta de glucose.

Esclerose Múltipla: Esta doença costuma aparecer entre os 25 e 40 anos de idade, e afecta mais as mulheres que os homens. Deve-se a uma alteração nas bainhas de mielina que cobrem os nervos. Manifesta-se com diversos sintomas, dependendo dos nervos afectados: alterações da visão ou da fala, perda da sensibilidade na pele e alterações motoras.

Sabe-se que existem certos alimentos que a agravam, e outros que podem produzir leves melhoras. O consumo de tabaco e de álcool agravam-na notavelmente.

Aumentar o consumo de Óleos (girassol, de grainha de uva, de noz e peixe), podem travar a progressão da doença, Selénio (castanha-do-pará, levedura de cerveja, gérmen de trigo e o melaço) é um dos mais eficazes para travar a progressão da esclerose múltipla, Cereais Integrais, Legumes, Saladas e Fruta.

Reduzir ou eliminar o consumo de Gordura Saturada (especialmente a de origem animal), Bebidas Alcoólicas, Carne, Lacticínios, Açúcar Branco.

Fonte: A Saúde pela Alimentação, volume 2, Dr. Jorge Pamplona Roger



 

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